Publicado em: 2013-10-06
É Outono
Tempo de Balanço e Mudança, rumo a um novo Equilibrio
O Equinócio de Outono (este ano foi a 23 de Setembro) marca o onício de um período de equilíbrio para se preparar para o repouso, que vem no Inverno. Marca a finalização da colheita e a ação de graças pela abundância, com ênfase num futuro retorno desta. Época de equilíbrio, de paz, e tempo de fazer um balanço do que foi plantado e colhido.
. Como consigo equilibrar/conciliar as minhas necessidades pessoais com os compromissos com o mundo exterior?
. Como recebo e como dou?
. Imagino que coloco objetos numa balança. De um lado algo que represente o meu tempo sozinho/a, do outro, o seu oposto, p.ex. tempo passado com amigos, ou a trabalhar.
Para que lado cairia a balança? Ou ficaría ‘equilibrada’?
“…Quem não sabe povoar a sua própria solidão, também não sabe estar no meio de uma turbamulta afadigada.
O poeta goza do incomparável privilégio de poder à sua vontade ser ele próprio ou outra pessoa. Como as almas errantes que procuram um corpo, insere-se, quando lhe apraz, na personagem de cada um. Apenas para ele, tudo está vago; e se certos lugares parecem estar-lhe vedados, é porque a seus olhos não vale a pena visitá-los.
O passeante e solitário e pensativo extrai uma singular bebedeira desta comunhão universal. Aquele que se casa facilmente com a multidão, conhece os prazeres febris de que ficarão privados o egoísta, fechado como um cofre, e o preguiçoso, recolhido como um molusco. Adapta como suas todas as profissões, todas as alegrias e todas as misérias que as circunstâncias lhe apresentam.
Aquilo a que chamam amor é bem pequeno, bem restrito e bem fraco, comparado à inefável orgia, à santa prostituição da alma que se dá toda inteira, em poesia e caridade, ao imprevisto que se mostra, ao desconhecido que passa.
É bom ensinar por vezes aos felizes deste mundo, nem que seja só para os humilhar um instante no seu estúpido orgulho, que há felicidades superiores às deles, mais vastas e mais delicadas. Os fundadores de colónias, os pastores de povos, os padres missionários exilados no fim do mundo, conhecem sem dúvida qualquer coisa destas misteriosas ebriedades; e, no seio da vasta família que o seu génio constituiu, devem rir-se algumas vezes daqueles que os lamentam pela sina tão revolta e pela vida tão casta." Autor: Charles Baudelaire – extraído de ‘O Spleen de Paris’ [As multidões]
É uma altura de partilha e celebração: dançar, rir, reunir. É também um tempo criativo, de criar e planear para o futuro.
É o momento certo para começar e finalizar novos projetos. As noites mais longas propiciam o recolhimento, alimentando uma semente que florescerá na próxima Primavera. Aventurar-se em algo absolutamente novo, aprender algo que sempre quis saber, começar uma atividade que sempre quis experimentar…
Algumas dicas para celebrar este momento de ação de graças:
- fazer uma lista pessoal de agradecimento(s)
Anote as coisas pelas quais se sente grato. Uma atitude de gratidão atrai mais abundância ao nosso caminho. Este é o momento ideal para iniciar essa lista. Procure deixá-la sempre à vista e adicione algo sempre que achar necessário.
- deixar ir, soltar ..
Medite sobre as coisas que deseja alterar na sua vida. Concentre-se em eliminar os pensamentos e sentimentos que já não lhe servem. Deixe que os relacionamentos tóxicos fiquem no passado, onde pertencem, e busque acolher novos relacionamentos positivos na sua vida. Mantenha no coração a certeza de que para cada noite escura da alma, haverá um nascer do sol na manhã seguinte.
- crie um ‘Filtro dos Sonhos’/ FILTRO DOS SONHOS - como fazer, passo a passo
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