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Publicado em: 2011-12-17
Natal rima com Portugal
A tradição ainda é o que era

 

A Quadra Natalícia

É uma época que leva muitos a deslocarem-se a grandes distâncias para se reunirem às famílias e trocarem presentes. É, também, uma época propícia ao comércio que durante o mês de Dezembro vê aumentar exponencialmente as suas vendas. É, infelizmente, também propícia a acidentes e mortes que todos os anos marcam as nossas estradas.


À noite, numa sala enfeitada com uma árvore de Natal iluminada e reluzente, sob a qual se espalham os presentes a serem distribuídos mais tarde, a família reúne-se para comer o tradicional bacalhau cozido regado de preferência com um bom vinho. Termina a refeição com doçaria que varia conforme as regiões do país.

Na tradição católica os crentes participavam na Missa do Galo, introduzida na liturgia católica no ano 400, séc. V D.C. Terá tido o seu início na Basílica mandada erigir no Monte Esquilino, para honrar Nossa Senhora. 

O Messias anunciado pelos profetas terá nascido no dia 25 de Dezembro de 749 de Roma, mas o Frade Dionísio, já no século VI, calculou essa data no dia 25 de Dezembro mas do ano de 754 e foi essa data que esteve na origem da actual cronologia cristã.

Não tendo nunca sido possível determinar a data exacta do nascimento de Jesus, adoptou a igreja fundada por Pedro um dos seus apóstolos, o dia 25 de Dezembro por ser o dia do solstício de Inverno. Por Deus ser a luz do mundo pareceu justificado a esta igreja a associação das duas datas.

Assim, por volta da meia-noite juntavam-se os crentes na primeira de três eucaristias que compunham o Natal: a da Noite, a da Aurora e a do Dia. Mas é precisamente a Missa do Galo que reúne os aspectos históricos do nascimento de Jesus. 

São Gregório explica nos textos que nos deixou que a Missa da Noite comemora o nascimento temporal de Jesus. A da Aurora, também conhecida por Missa do Galo, celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis. A Missa do Dia festeja o nascimento do Verbo no seio do Pai, ou seja, “a última vinda de Jesus”.

Mas com o passar dos anos a Missa do Galo, celebrada à meia-noite passou a ser a primeira missa da liturgia do Natal, seguindo-se-lhe a da Aurora e terminando a liturgia com a Missa de Natal.

Actualmente só se celebra a missa da manhã e a do meio-dia. A Missa do Galo, por razões a que não são alheias o advento do Republicanismo e a falta de párocos em muitas freguesias, decaiu e acabou por só vir a ser celebrada nas grandes catedrais. 

A Missa do Galo de Roma é hoje em dia participada no local por milhares de peregrinos e a sua liturgia transmitida em directo via televisão para todo o mundo, especialmente os países em que o catolicismo tem uma importante implantação.

Em Portugal são actualmente celebrações litúrgicas importantes as realizadas na Sé de Braga e em Lisboa.

Os hábitos religiosos evoluíram desde os primeiros séculos até à actualidade. Nos primeiros séculos estas vigílias que celebravam o nascimento do “Deus – menino” eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se nas igrejas a rezar e a cantar a noite toda. O jejum significava desprendimento e contemplação do fenómeno religioso. Com o passar dos séculos o jejum foi sendo abolido e substituído pela refeição a que o povo foi continuando a chamar “Consoada”.

O termo propriamente dito de “Consoada” só surgiu no século XVII e era constituída então por uma refeição ligeira de peixe. Só se generalizou quando as pessoas mais abastadas passaram a comer uma refeição após terem assistido à Missa da Vigília do Natal. Para os mais pobres, sobretudo para as gentes dos campos, a noite da véspera de Natal era uma noite igual a tantas outras noites passadas com frio e muitas vezes fome.

É essa consoada que no dia 24 de Dezembro, a grande maioria dos lares portugueses assinala com o tradicional bacalhau cozido, seguido de doçaria como a aletria, as rabanadas (especialidades do norte) o arroz doce, as filhoses (especialidades do sul). 

A mesa da Consoada não deve ser levantada, nem a louça lavada. Os restos de comida devem ficar na mesa a noite toda. Diz a tradição que é por respeito para com os mortos da família, dizem outros que é para o Menino – Jesus vir comer.

No dia 25 de Dezembro, dia de Natal, é dia de servir ao almoço a célebre “roupa velha”, confeccionada com restos da refeição do dia anterior.

A noite da véspera de Natal é também o dia da preferência dos mais jovens: A razão é a de ser nessa noite que, findo a Consoada, ser feita a distribuição dos presentes de Natal, que muitos pediram nos meses anteriores por cartas escritas ao Pai Natal e que os correios recebem anualmente em grande quantidade, Não admira, pois, que seja com grande ansiedade que todos os miúdos esperam ansiosamente pela hora da distribuição dos presentes.

No início do século XII DC distribuíam-se presentes em nome de S. Nicolau a 6 de Dezembro. Com a contra – reforma católica do concílio de Trento (1545 – 1563) essa função passou a ser atribuída ao Menino Jesus sendo a distribuição feita no dia 25 de Dezembro assinalando a data do nascimento de Jesus.

Na origem do hábito de se ofertarem presentes na véspera de Natal, embora em alguns lares se opte por o fazer só no próprio dia de Natal, estavam hábitos pagãos romanos que foram cooptados pelos seguidores da nova religião que então se implantava: o Cristianismo. Surgiu como forma de lembrar as ofertas dos três reis Magos ao Deus- menino.

Relata a Bíblia que Baltazar, Melchior e Gaspar (não se sabe se seriam Reis ou astrónomos) terão avistado uma estrela (Estrela do Oriente) que se movia em direcção a Belém. Ao concluírem que a estrela apontava para o local do nascimento de um rei decidiram segui-la para ir adorar o recém-nascido. Foram conduzidos a uma gruta onde se encontrava Jesus, com sua mãe terrena Maria e o Pai José. Aí adoraram o Deus - Menino tendo-o presenteado com Ouro, Incenso e Mirra. Estes presentes representavam respectivamente a realeza, a fé e a imortalidade. 

Na antiguidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano (incenso) para um sacerdote, representando a espiritualidade e a mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade).

Deve-se aos Reis Magos o hábito de distribuir presentes no Natal, embora em alguns países, caso da Espanha, se opte por fazer essa distribuição no dia 6 de Janeiro data em que alegadamente terá sido a escolhida pelos Reis Magos para renderem visita e prestarem a sua homenagem ao Deus-menino.
O antigo presépio em que os portugueses representavam a cena do nascimento de Cristo, com o estábulo, S. José, Maria, Jesus, os três Reis Magos, gado entre outras figuras foi sendo em primeiro lugar obrigado a conviver com a árvore de Natal sendo mesmo em muitos lares posteriormente substituído por ela. O hábito de enfeitar o Pinheiro surgiu na Alemanha e depois alastrou para todo o mundo ultrapassando os oceanos graças aos imigrantes. No topo do Pinheiro surge a Estrela, que representa a estrela de Belém que orientou os Reis –Magos em direcção ao estábulo onde nasceu Jesus. Simboliza, portanto, Cristo, a “Luz do Mundo”.

 

 

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