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Publicado em: 2014-07-10
O exemplo de Lana - Adeus a uma amiga
A perda sentida de um animal de estimação

Quando chegou em nossa casa ?
Já faz tanto tempo, algo por volta de 14/15 anos, meados de 1980.
Corpo miúdo, a pata traseira "no ar" por uma fratura mal consolidada, mas um par de olhos pretos como jaboticaba, vivos e inteligentes. Sempre "falou" através deles.
   
Morávamos então em uma casa onde o que não faltava era mato, terra e grama.
E lá ia ela fuçando por onde podia. Tanto que ganhou o primeiro apelido carinhoso: nariz de terra.
Não entendíamos nada então de proteção animal. Gostávamos de animais e pronto.
Em sua habilidade de cão novo ( não tinha mais do que 1,5 anos ) para que quatro patas ? Corria como o vento em nossas brincadeiras no jardim e parecia que nunca se cansava.
Com o passar dos anos aprendemos em meados de 1998 que a castração era importante, pois além de prevenir crias indesejadas, iria prevenir o aparecimento de tumores mamários ou de útero. Mas já era tarde demais para a Lana.
Nos exames prévios foi constatado um problema cardíaco. Anestesia era contra-indicada pois envolvia risco de vida.
E dois anos depois o primeiro tumor, seguidos de outros e nós íamos adiando uma intervenção.
O ano passado fizemos um trato com ela (por volta de outubro ). Que ela nós fizesse entender se estivesse com dores, pois haviam muitos tumores em seu pequeno corpo, somado ainda uma enorme hérnia. Todos exames que foram feitos sempre vinha o mesmo diagnóstico: o risco de cirurgia era altíssimo.
Noite de final de ano: " Lana você conseguiu chegar em 2005 ! "
E os olhos de jaboticada ainda brilhavam e seu rabo balançava para nós.
Mas no dia 4 algo mudou. Já não havia mais o brilho nos olhos, o corpo cansado mal saía da sua caixinha. Com o passar de cada dia, maior dificuldade para se alimentar.
A chama estava se apagando.
Quinta-feira à noite, a veterinária veio examiná-la e pediu raio X para vermos o estado do pulmão.
Dormir como ? Nossa amiga estava indo ...
Sexta-feira cedo tiramos a chapa. Enquanto aguardava o resultado, levei-a para o lugar que sempre gostou: um gramado. E lá ficou minha velha amiga, banhando-se ao sol. Soltei a guia para que ficasse à vontade. Por um raro instante revi o "nariz de terra" fuçando em tudo. Aí recebi o olhar que ao meu coração foi definitivo: " me ajude estou sofrendo".
Resultado normal do raio X, uma rápida conversa entre veterinárias e pedido exame de sangue. Recolhemos o sangue e fomos para casa. O resultado somente seria enviado no sábado.
A Lana não conseguia mais andar muito. Carreguei-a escada acima e a coloquei em sua caixinha.
Hora após hora seu estado piorava.
À noite uma última tentativa. Levamos ao hospital 24 horas e foi colocada no soro. Medicamentos para estimular sua respiração e veio a parada cardio-respiratória. Correria para a sala de emergência, colocação no oxigênio e massagens e o coração voltou. Fraco mas batendo.Vinte minutos de expectativa. Resolvemos pela eutanásia, devíamos isto à ela, foi assim o trato estabelecido na conversa de outubro.
Ao meu modo, e segundo minha crença, me despedi de minha amiga pedindo a São Francisco que a recebesse bem, e que o desligamento fosse feito sem sofrimento.
Enquanto ia assinar o termo de autorização, cumpriu-se o destino. Seu ultimo respiro veio às 22:19 horas. De maneira natural antes de iniciar o procedimento eutanásico.
Abracei e beijei pela última vez minha amiga de tantos anos, e que me estimulou mais ainda a lutar pelos nossos irmãos menores, e a lutar pela castração sempre!
Se eu tivesse tido o conhecimento da importância da castração precoce a mais tempo, talvez ela tivesse mais alguns anos de vida a mais.
Não, não há complexo de culpa, de forma alguma. É uma simples e pura constatação de um fato consumado.
Há sim um vazio, uma saudade muito grande. Convivi com a Lana mais tempo do que com a mãe de minhas filhas, mais tempo do que com minhas filhas.
Hoje, domingo, mais um sinal de sua falta. Ninguém veio nos "chamar" ao pé da janela, quando ninguém aparecia no quintal até as 7:30 hs. Era a Lana que sempre nos chamava pela manhã quando perdíamos a hora .
Mas tenho a certeza de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que ela, conforme o combinado, não sofresse muito na passagem.
Fica o sentimento do trato cumprido, mas uma saudade imensa que só o tempo irá amenizar... 

(Fote: tribunaanimal.org - História enviada pelos amigos Fowler e Tereza)

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